O futuro dos meios de pagamento em que clientes não se apegam a bancos

o futuro dos meios de pagamento em que clientes não se apegam a bancos

Em live promovida pelo portal Forbes Brasil, especialistas revelam que momento atual traz mais competitividade ao mercado de meios de pagamento instantâneos no Brasil

Na semana passada, o portal Forbes Brasil realizou uma live com três representantes da área financeira. São eles: Roberto Marinho Filho, CEO da Conta ZAP, Bruno Diniz, professor, consultor e cofundador da consultoria Spiralem, e Carlos Netto, CEO da Matera, fornecedora de soluções para o mercado financeiro. O foco do debate foi o futuro dos meios de pagamento instantâneos. O encontro virtual foi mediado pela jornalista especializada em tecnologia e inovação e colunista da Forbes, Angelica Mari.

Futuro dos meios de pagamento

O debate começou pela abordagem do novo sistema de pagamentos do Banco Central, o Pix, que deve entrar em operação em novembro. Sendo assim, Netto disse que a iniciativa do BC é como uma “internet das contas”, em que todas as contas do Brasil são conectadas a uma única rede. Ele ainda vê a solução com potencial para fazer com que clientes de fintechs façam transações, que hoje são possíveis apenas com a integração com os grandes bancos. Um exemplo disso é o pagamento de multas.

Todavia, Netto ainda afirma que uma das vantagens do PIX é a praticidade do sistema em que o smartphone opera como identificação do correntista:

“O PIX vai aumentar a competitividade no cenário brasileiro, algo que é positivo para o consumidor final, que terá mais poder de escolha.”

Mercado chinês

Já o CEO da Spiralem, Bruno Diniz, utilizou o mercado chinês para explicar que o país opera em um duopólio no caso de meios de pagamento instantâneos. Em contrapartida, aqui no Brasil, com a chegada do PIX, terá espaço e oportunidade equiparar as empresas que competem no setor financeiro.

Conta ZAP

Umas das primeiras companhias a apostar nesta modalidade é a Conta ZAP, que permite pagamentos digitais via WhatsApp a mais de 50 mil clientes. Roberto Marinho Filho disse durante a live da Forbes, que é preciso se adaptar ao que os usuários utilizam hoje:

“Não adianta criar um aplicativo ou browser, temos que ir atrás do que as pessoas estão utilizando.”

O CEO também explicou como funciona todo o processo:

“Em menos de um minuto e meio o cliente pode abrir a conta, digitando apenas o CPF e a data de nascimento. A partir daí, já possível fazer transações. Toda a jornada financeira diária pode ser feita pelo serviço de mensageria de preferência do cliente.”

WhatsApp Pay

Entretanto, sobre o episódio que envolve o WhatsApp Pay, em que sua operação foi suspensa no Brasil pelo Banco Central no dia 23 de junho, Netto explicou a diferença:

“No caso do PIX, as operações não são limitadas a um aplicativo de mensagens, tornando a competição entre os agentes mais igualitária.”

Efeito rede

Em suma, reforça ele, o PIX não permite que ocorra o “efeito rede”, ou seja, as pessoas não seriam obrigadas a entrarem em uma determinada plataforma para poder usufruir dos serviços financeiros.

Segurança dos dados dos usuários

Durante a live, outra questão abordada foi sobre a segurança da nova modalidade de pagamento. Para Diniz, vários países estão discutindo o assunto e muitos players do segmento já promovem soluções. E ainda ressaltou que o papel do BC é estabelecer o ambiente, garantindo os direitos individuais e espaço para que todos possam competir pelos clientes.

Contudo, Netto também reforçou que normatizar esse novo mercado vai facilitar e elevar o nível de proteção dos usuários. Neste caso, a lei será aplicada para todas as empresas que ofertam serviços de meios de pagamento instantâneo e que “por tabela, valerá a regra do sigilo bancário para todos”.

Nova era dos pagamentos

Diniz disse que o sistema do BC é um modo mais ordenado do Brasil entrar nesta nova era dos pagamentos. Ao contrário do WhatsApp Pay, o consultor afirmou que o PIX já está sendo trabalhado e testado pelo BC a fim de garantir sua eficácia no país.

Já Marinho Filho concluiu o debate falando sobre o ponto de vida da Conta ZAP:

“Queremos participar seguindo as regras do jogo, mas também queremos oferecer o nosso diferencial. Está claro que os bancos tradicionais serão frágeis na jornada de pagamentos, por serem entidades caras. O cliente não tem mais apego a bancos e busca melhor atendimento com o menor preço.”

*Foto: Divulgação/ @DR