Parcerias entre startups e grupos tradicionais buscam mais inovação

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Parcerias entre startups e grupos tradicionais crescem cada vez mais, principalmente entre maio de 2020 e junho deste ano

Cada vez mais empresas tradicionais apostam em acordos com startups para avançarem no setor de inovação. Prova disso é que entre maio de 2020 e junho deste ano, o número de parcerias desse tipo praticamente dobrou. Antes eram 13.433, e agora são 26.348 novas possibilidades de negócios.

Parcerias entre startups e grupos tradicionais

Além disso, o valor total de contratos fechados subiu de R$ 800 milhões para R$ 2,2 bilhões, um crescimento de 175%, de acordo com a plataforma 100 Open Startups.

Segundo Rafael Levy, cofundador da plataforma de inovação:

“A aproximação das empresas com os empreendedores vem crescendo ano após ano, mas ganhou ainda mais impulso com a pandemia e a necessidade de digitalização.”

Mudança de perfil

Contudo, esse percentual prova que há uma clara mudança de perfil.

É o que revela a diretora de estratégia, ESG, inovação e transformação do negócio da companhia na América Latina e Mineração Brasil, Paula Harraca. Ela afirma que atualmente 70% das inovações realizadas em parcerias são voltadas ao “core business” da empresa. Já outros 30% estão vinculados a novos mercados e fronteiras de negócios.

Novas maneiras para acordos com startups

Hoje há uam tendência dentro das empresas para se aproximarem cada vez mais das startups. A ideia é captar inovações como, por exemplo, a criação do chamado Corporate Venture Capital (CVC). Ele é similar aos fundos de venture capital. Porém, a diferença está na composição com o capital de uma empresa que possui objetivos de buscar soluções para problemas internos. O intuito também é descobrir tecnologias disruptivas e ideais para o negócio. Além de ganhar dinheiro com o crescimento da startup.

União de forças

Outra empresa que seguiu o lema “a união faz a força” foi o BMG. O grupo de Minas Gerais está entre as três empresas com mais parcerias com startups nos últimos três anos. E também possui um CVC para encontrar soluções nas suas áreas de atuação que vão desde o setor financeiro até o agronegócio e logística.

Apenas nos últimos anos, a empresa investiu em mais de 80 startups, afirma Rodolfo Santos, o presidente do BMG Uptech (o braço de inovação do Grupo BMG):

“Temos de tentar unir forças. Assim como a startup, a grande empresa tem suas vantagens [como a estrutura para apoiar projeto].”

Corporate Venture Bulding (CVB)

Segundo Felipe Novaes, sócio e cofundador da The Bakery no Brasil, além do CVC, outro instrumento que começa a ganhar força dentro das empresas é o Corporate Venture Bulding (CVB). Neste caso, o CVB é uma empresa que investe, constrói e desenvolve startups oara grandes companhias.

“Essa startup pode ser criada do zero ou a partir de um projeto existente.”

Além disso, ele possui conexões em universidades, startups e fundos de investimentos. Hoje, a The Bakery está presente em 16 países e realiza este tipo de trabalho de maneira industrial e rápida. Por enquanto, a empresa conta com dez startups em processo de construção para grandes corporações.

Segundo Rodrigo de Alvarenga, chefe de CVB e CVC da The Bakery.

“Uma venture building constrói ou mata negócios de uma maneira mais eficiente, uma vez que diminui a curva de aprendizado dos empreendedores e interrompe o desembolso caso a ideia se mostre, de fato, inviável. Com isso, usa menos dinheiro do caixa das empresas no médio e longo prazos.”

*Foto: Divulgação