Pequenas e médias indústrias de alimentos: Como financiar a inovação a juros menores

Pequenas e médias indústrias de alimentos: Como financiar a inovação a juros menores

Pequenas e médias indústrias de alimentos têm condições especiais para investirem em inovação; saiba como fazer

Apesar de a palavra inovação ser repetida constantemente, nem sempre é executada de fato e isso está relacionado principalmente à falta de financiamento.

Em muitos casos, o lançamento de novos produtos exige uma atualização do maquinário nas indústrias, e o custo é grande o suficiente para inviabilizar o projeto quando não há uma fonte de financiamento acessível.

“A gente vê que as empresas têm muitas ideias, elas querem inovar, elas querem trazer produtos novos, mas a fonte de financiamento é o grande problema”, diz João Francisco Teixeira, coordenador de Relacionamento com a Indústria do Senai.

Pequenas e médias indústrias de alimentos

Sendo assim, as pequenas e médias indústrias de alimentos tem apoio do Senai, através dos seus institutos. E isso tem sido uma solução para aproximar a indústria do dinheiro.

Uma fonte de financiamento utilizada pelo Senai na parceria com as indústrias é a Finep, empresa pública vinculada ao MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação).

Para acessar o programa de financiamento da inovação da Finep é possível se inscrever pelo site. Contudo, o coordenador do Senai alerta que um erro comum da indústria ao tentar acessar essa fonte de financiamento é utilizá-la apenas para aquisição de máquinas e equipamentos, sem apresentar um projeto inovador. Por esse motivo, muitos projetos são vetados.

Juros para financiamento

E para acessar essa fonte de financiamento para PME é possível entrar via Senai, por algum instituto de ciência e tecnologia ou via direta. “De maneira direta, pelo CNPJ, existem taxas”, destaca Teixeira. Portanto, o indicado é contar com a ajuda do Senai ou outras instituições habilitadas.

Confira o custo do financiamento pelo Finep, com e sem a inscrição via Senai e outros institutos, em comparação com outra modalidade de crédito bastante comum.

  • Pelo Finep, sem o Senai e institutos de ciência e tecnologia: taxas de 6,34% de juros ao ano;
  • Pelo Finep, com o Senai e institutos de ciência e tecnologia: taxas de 5,12% de juros ao ano;
  • No Finame (Agência Especial de Financiamento Industrial do BNDES): média é de 20% a 25%, dependendo do risco.

Case de sucesso

A rancheiro é um exemplo claro de como uma empresa de Anápolis, em Goiás, que iniciou produzindo biscoitos, hoje possui a maior produção de rosquinhas de coco do Brasil. A empresa precisava de um produto novo, tinha projeto para desenvolvê-lo mas faltava dinheiro e máquinas.

“E aí foi onde a empresa buscou o SENAI, mais especificamente o setor do Senai que trabalha com inovação. Nós nos juntamos e montamos um time para conseguir trazer uma inovação para a empresa rancheiro”, diz Teixeira.

Áreas do Senai relacionadas à logística, gestão de projetos, manufatura, tecnologia da informação, automação, entre outras, foram recrutadas e se somaram ao Instituto de Alimentos e Bebidas de Goiânia para montar o projeto.

Foram mais de 40 colaboradores envolvidos que garantiram à Rancheiro organização e direcionamento para adquirir financiamento para um projeto de R$ 55 milhões, que deu à empresa um novo produto para levar ao mercado.

*Foto: Reprodução/br.freepik.com/fotos-gratis/jovem-trabalhador-negro-examinando-a-haste-do-cilindro-de-aco-inoxidavel-enquanto-trabalhava-no-armazem-de-distribuicao_25855938