Profissional raro no mercado, ao mesmo tempo, revela que menos de 1% dos candidatos está preparado para preencher os requisitos que as companhias procuram
Atualmente, uma pessoa trabalha duas mil seiscentos e quarenta horas por ano, considerando o limite de até 44 horas semanais. É o estabelece hoje a CLT. Além disso, o número representa em torno de 30% do total de horas vividas em um ano. Porém, a porcentagem fica ainda mais expressiva quando retiramos da conta as horas que passamos dormindo.
Sendo assim, neste contexto, não é se estranhar que encontrar que um trabalho que traga satisfação pessoal e um impacto positivo para a sociedade esteja entre as prioridades das novas gerações. Vale destacar aqui que, muitas vezes, acabam priorizando os valores e o propósito da empresa antes mesmo da remuneração ou da estavilidade na busca por um emprego.
No entanto, a julgar pelo resultado de uma pesquisa realizada pela SurveyMonkey com mais de 300 profissionais de 21 estados, a maioria dos brasileiros ainda não conquistou este objetivo. Os dados mostraram que 36,52% dos profissionais no país estão infelizes com seus trabalhos atuais e que 64%,24 gostariam de fazer algo diferente. Além disso, a falta de realização profissional, baixa remuneração e falta de qualidade de vida seriam algumas das principais razões para isso.
Profissional raro no mercado
Por outro lado, ainda há uma boa notícia. Isso porque existe uma carreira que permite aliar propósito a cargos e salários altos está ganhando espaço no Brasil. E empresas milionárias já estão disputando esse profissional raro no mercado nos dias de hoje.
Trata-se do profissional de ESG, que é aquele responsável que orienta e garante que o discurso sustentável (cada vez mais essencial para o sucesso dos negócios) seja, de fato, colocado em prática dentro das organizações.
Relatório da GlobalData
Segundo um relatório recente da consultoria britânica GlobalData, as vagas em ESG aumentaram 98% no último ano, passando de 531 postos em maio de 2021 para 1.049 em maio deste ano. Em contrapartida, a oferta de pessoas especializadas em ESG ainda segue baixa no mercado. Para ter uma ideia, conforme dados do CFA Institute, menos de 1% das 1 milhão de contas analisadas pela instituição no LinkedIn em 2020 tinha as habilidades necessárias para atuar na área.
Salários do setor
E é justamente essa defasagem entre a oferta e a demanda de profissionais que tem impulsionado os salários no setor ESG, tornando-o atrativo tanto do ponto de vista da realização pessoal, quanto da remuneração.
Experiência do profissional raro no mercado
Pela falta de profissionais deste setor no mercado, hoje, possuir experiência na área já não é uma exigência tão comum dentre os recrutadores do setor. Ou seja, significa que, mais do que uma oportunidade para profissionais que já trabalham com sustentabilidade e governança corporativa, o aumento da oferta de vagas na área também representa uma alternativa para aqueles que optaram por uma transição de carreira em busca de cargos, salários e propósito maiores.
O que faz um profissional de ESG?
A sigla ESG (acrônimo em inglês para Environmental, Social and Governance) diz respeito às ações que uma instituição toma e que impactam diretamente o meio ambiente e a sociedade. Pautas como gestão de risco, transparência fiscal, segurança dos funcionários e redução dos impactos da cadeia de produção são alguns exemplos de questões que fazem parte da agenda ESG.
Portanto, os profissionais de ESG são aqueles que atuam para garantir que atitudes nesse sentido sejam tomadas dentro das empresas. Na prática, as ações vão desde promover programas de treinamento interno sobre estas temáticas, até desenvolver estratégias para minimizar os impactos na cadeia produtiva da empresa e monitorar seus indicadores de desempenho.
Por fim, confira outras atribuições do profissional de ESG no gráfico abaixo, de pesquisa da Associação Brasileira dos Profissionais pelo Desenvolvimento Sustentável (Abraps) em parceria com a consultoria Delloite:
*Fotos: Reprodução