Startups do agronegócio atuam fora do Brasil

Startups do agronegócio

Startups do agronegócio têm uma a cada três empresas vendendo para outro países, segundo estudo feito pelo Sebrae, que traça um raio-x dos negócios do setor

O setor do agronegócio conta hoje com faturamento crescente, geração de empregos constante, além de busca por intercionalização e diversidade. É o que revela o estudo radar Agtech, feita pela Embrapa, HomoLudens e SP Ventures. Já o Sebrae ficou responsável por entrevistar uma amostra representativa dessa base, e traçou um diagnóstico das startups do agronegócio no Brasil. Os dados mostram que uma a cada três empresas do setor já vende para outros países e que 43% desses negócios faturaram mais de R$ 1 milhão em 2022.

Startups do agronegócio

Além disso, as startups do agronegócio também se mostraram grandes geradoras de emprego e de inclusão. Conforme o levantamento, mais da metade dos negócios desse segmento possuem mais de 10 colaboradores, disse o presidente do Sebrae, Carlos Melles:

“Quando comparado com a média de empregos de todos os pequenos negócios, a força das startups do agro fica mais evidente ainda. Enquanto 52% delas têm mais de 10 funcionários, 14% das MPE apresentaram o mesmo quadro no terceiro trimestre de 2022.”

Diversidade

Contudo, a pesquisa revela ainda que entre os trabalhadores desse segmento, metade possui mais de 25% de pessoas negras, mulheres, PCDs ou LGBTQIA+ no time de colaboradores.

O diagnóstico mostra também que a grande maioria (83%) das startups ouvidas possui CNPJ há mais de cinco anos e está em rápido crescimento.

“O setor agro é, historicamente, a mola propulsora da nossa economia. Em 2021, o setor representou cerca de 26% do Produto Interno Bruto (PIB).”

Soluções inovadoras

Melles indica também que o agronegócio como um todo (agricultura, pecuária e indústria) tem buscado cada vez mais soluções inovadoras para elevar a sua produtividade e competitividade. Trata-se de um cenário perfeito para o nascimento de startups de áreas como agricultura de precisão, drones, mapeamentos de solo, mapeamento satelital, entre outras, afirma Melles.

Receita

Sendo assim, o que veio à tona com a pesquisa faz sentido, uma vez que os dados indicam que os modelos de receita variam muito entre os entrevistados. As principais são: software como serviço (20%), consultoria, mentoria e similares (18%), marketplace (16%) e licença de uso de tecnologia (13%). Além disso, cerca de duas em cada três startups (59%) possuem como público-alvo principal outras empresas, o B2B, business to business.

Contexto da pandemia

Vale destacar que parte do resultado pode ser explicado graças à pandemia, comenta o presidente do Sebrae:

“A adoção tecnológica pelos negócios acelerou o rompimento de barreiras culturais nos últimos anos, aumentando a presença digital para responder ao cenário de restrição de presença física durante e pós o recente período de pandemia.”

Somado a isso vem o fato de que não há limites para empreender. Atualmente, quase um terço das startups do setor investiram no processo de internacionalização, sendo que a maoria está no mercado de outros países do continente americano (82%) e 33% estão no mercado europeu.

Obstáculos

Por outro lado, nem tudo são flores. E isso quer dizer as startups do agro encontram obstáculos semelhantes às outras companhias de mesmo modelo:

  • falta de dinheiro (15%);
  • desafio de crescer (9%);
  • atrair novos clientes (9%);
  • e a escalabilidade da empresa (9%) são os principais gargalos levantados pelo mapeamento.

Soluções

Por fim, Carlos Melles reforça que o Sebrae oferece soluções para startups em fase de ideação, de validação, de operação e de tração. Um exemplo claro são os projetos dedicados para startups que podem ser utilizadas por startups do agro, como o Inova Amazônia, Startup Nordeste, Ideiaz, Crédito FINEP Sebrae, Sebraetec, Sebrae Like a Boss, Startup OutReach Brasil, entre outros.

*Foto: Reprodução/Unsplash (Agrrro Organic)