Turmas de faculdade viram startups

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A instabilidade do mercado de trabalho e o novo perfil dos estudantes do ensino superior, levou faculdades de todo o Brasil a desenvolverem programas de empreendedorismo. Neles, durante o desenvolvimento do curso, os alunos podem criar startups que serão impulsionadas através de workshops, feiras, incubadoras e aproximações com investidores anjos.

Essa é a ideia do GVentures, projeto criado a partir da parceria entre a Fundação Getúlio Vargas (FGV) e o instituto Insper. A primeira aceleradora universitária do país transforma salas de aula em ambientes de inovação, facilitando a aproximação entre investidores e alunos. Com apenas dois anos de duração, o Gventures já apoia entre 4 e 5 startups todo o semestre.

A startup Expressão Urbana, criada por alunos de Administração Pública da FGV, é um dos cases de sucesso da aceleradora. A ideia do negócio surgiu quando os fundadores, Renan Simões e Vinicius Georges, ainda eram alunos do 3º ano que se preocupavam com o futuro profissional. Dessa inquietação surgiu a ideia de uma empresa com impacto social positivo que oferecesse aulas ao ar livre.

Os temas das aulas são ajustados conforme o público e são contratados principalmente por escolas e pré-vestibulares. A empresa já existe há dois anos e conta com o apoio do FGV Cenn (Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios).

Outra instituição que adotou esse método de ensino foi a Fiap (Faculdade de Informática e Administração Paulista), que no lugar dos temidos Trabalhos de Conclusão de Curso (TCCs), os alunos podem propor a abertura de uma startup. A iniciativa chamada Startup One é o projeto final dos MBAs da instituição, que busca incentivar o lado empreendedor e inovador dos estudantes.

Apoio de investidores para criar startups

Institutos como o Insper ajudam a transformar as ideias dos estudantes em realidade. Desde 2017, o Centro de Empreendedorismo Insper (CEMP) promove encontros entre investidores anjos e alunos que querem abrir startups.

A iniciativa conta atualmente com 110 membros e em todos os encontros, os estudantes tem a oportunidade de apresentar as suas ideias e tentar cativar a atenção dos investidores.  Antes de cada reunião, o CEMP oferece orientação gratuita para estudantes e ex-alunos do instituto. As orientações seguem uma metodologia própria do centro e explica em linhas gerais como abrir uma startup.

Estudantes e empreendedores

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Foto: Reprodução/ Flickr gunarsg

Além do estímulo do Ministério da Educação (MEC), que vem estudando formas de inserir o empreendedorismo nas grades curriculares, pesquisas revelam o aumento do interesse dos estudantes por esse tema. Estudo realizado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) aponta o Brasil em 2º lugar no ranking com maior volume de empreendedores estudantis.

A entidade realizou o estudo com 13 países e mediu a proporção de empreendedores que fundam novos negócios em até quatro anos após iniciarem uma graduação. O Brasil perde apenas para o Canadá, que está entre as quatro nações do mundo que conta com um volume de 10% de estudantes universitários na lista de fundadores de startups.

8 dicas para criar a sua startup

Se o empreendedorismo também te impulsiona, além de procurar apoio na sua instituição de ensino, ou entidades especializadas, algumas dicas podem ajudar na hora de alavancar a sua ideia.

  1. Entenda o seu propósito: O que te motiva? Quais são suas crenças, habilidades e sonhos?
  2. A grande ideia: Que solução você pode oferecer para o país, para a sua comunidade ou até mesmo para o seu vizinho?
  3. Com os pés no chão: Depois da grande ideia é hora de avaliar os fatores potenciais e limitadores, que indica se a sua ideia é uma oportunidade.
  4. Entenda o mercado: Entre de cabeça no mercado que você pretende atuar, pesquise a concorrência, seus pontos fracos e fortes.
  5. Faça um teste: Essa etapa é conhecida como prototipagem, nela, você coloca a ideia à prova e identifica se ela funciona e as melhorias a serem aplicadas.
  6. Modelo de negócio: Chegou a hora de pensar em como você vai atuar. No modelo de negócios, o empreendedor detalha a sua jornada até a abertura da startup.
  7. Tenha exemplos: Buscar um mentor ou  alguém com experiência pode deixar essa jornada mais simples.
  8. Mão na massa: Chegou o momento de implantar tudo o que você planejou. É importante lembrar que a fase de aprendizado nunca acaba.